A CARNE

A CARNE
(Farofa Carioca)

A carne mais barata do mercado é a carne negra
Que vai de graça pro presídio
E para debaixo do plástico
Que vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquiátricos

A carne mais barata do mercado é carne negra
Que fez e faz história pra caralho
Segurando esse país no braço, meu irmão.
O gado aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado
E o vingador é lento, mas muito bem intencionado
Esse país vai deixando todo mundo preto

E mesmo assim, ainda guardo o direito
De algum antepassado da cor
Brigar por justiça e por respeito
De algum antepassado da cor
Brigar bravamente por respeito.

Comentário Liziane Mendes: Através do poema podemos então perceber, nitidamente, um caráter de denúncia social, e um forte apelo emocional. As condições do negros são exposta de forma a mostrar a indignação e a revolta do autor diante do que o negro é submetido nos dias de hoje. No poema o negro é colocado como destaque, denunciando suas condições de vida sofrida e desencadeando um movimento de luta com o objetivo principal do respeito ao negro.

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